CIRANDA : A POLIDEZ @Rogério Marques
“A polidez é a primeira virtude e, quem sabe, a origem de todas. É também a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível. Será apenas uma virtude? Pequena virtude, em todo caso, como se diz das damas de mesmo nome. A polidez faz pouco caso da moral e a moral da polidez. Virtude puramente formal, virtude de etiqueta, virtude de aparato! A aparência, pois, de uma virtude, e somente a aparência.”
“Se a polidez é um valor, o que não se pode negar, é um valor ambíguo, em si insuficiente - pode encobrir tanto o melhor, como o pior – e, como tal, quase suspeito.”(*)
Diderot evoca em algum lugar a “polidez insultante” dos grandes, e também deveríamos evocar aquela, obsequiosa ou servil, de muitos pequenos. Seriam preferíveis o desprezo sem frases e a obediência sem mesuras. Há pior. Um canalha polido não é menos ignóbil que outro, talvez seja até mais.
No Sermão das montanhas, o Mestre nos ensina que felizes são os que se humilham, porque serão exaltados no Reino de Deus.
A verdadeira polidez reflete a virtude da bondade, da honestidade, da prudência, da clareza meridiana de nossos sentidos.
Sejamos pois verdadeiros e retos nas nossas atitudes, e, deixamos extrapolar os mais nobres e polidos sentimentos na arte de poetrixtar.
(*) Pequeno Tratado das Grandes virtudes, de André Comte-Sponville.
C001. POLIDEZ @Rogério Marques
O metal polido que brilha.
A polidez é virtude que alucina.
Somos seres radiantes.
C002. SEM EGO, SEJA REAL @Rogério Marques
Não custa nada a simplicidade
A vida é curta no ciclo terreno
A única certeza é a perfeição.
C003. FELIZES OS POLIDOS E MANSOS DE CORAÇÃO @Rogério Marques
Eis que verão a Glória da Eternidade
O prêmio da consolação
Salve-se pela derradeira fé