CIRANDA: Espelhos (02/10)

SE QUESTO È UN UOMO @Férrer

Vidro partido
A imagem se lança fora
Quem está de volta?


ATRAVÉS @Férrer

O espelho é avesso,
Alice, cortada, devora
Cuidado, Jaguadarte

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CIRANDA: Voto (06/10)

JULGAMENTO @Férrer

Orestes é réu
mente jura
Minerva, desempata

LIBAÇÃO @Férrer

Unge a taça de vinho
paralipse é deuses e Deus
anátema havemos de ser

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CIRANDA: Autenticidade da Vida (10/10)

LICENÇA @Férrer

Palavras e ações
Vida tem de ser firme
A morte já tem sua parrésia

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CIRANDA: Viagem (13/10)

MEU MAR É O LAR @Férrer

No vidro do carro
quilômetros em pés de areia
curvas por marejada

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CIRANDA: Ética da Virtude (16/10)

PRESENTE DE GREGO @Férrer

Diga na justa medida
governe no éthos divino
a virtude é um meio

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CIRANDA: Harmonia (23/10)

MITHÓS @Férrer

Concórdia era divina
Harmonia foi serpente
Pax é mito

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CIRANDA: Belo (27/10)

ROMANAS @Férrer

Por Vênus, suspiravam
padrão da simetria
beleza era a zanaga dos olhos

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CIRANDA: Terrortrix (30/10)

NÃO SE TORTURA UM PATINHO @Férrer

Giallo decadente
Fulci torna o vermelho
o gênero de terror é o humano

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CIRANDA: Luto (03/11)

DENEGAÇÃO @Férrer

Torce língua, estica a corda
amarelo vista, digo shalom
beijo a apófase

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CIRANDA: Musas (06/11)

ERATO @Férrer

No conteúdo, se vê a Musa
ornamento, vê-me a Graça
este garrote é a poesia


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CIRANDA ACERTANDO OS PONTEIROS

TRÉGUA @Férrer

Ponteiros ajustados
memória é química
os minutos duram cinzas

GIRA-GIRA @Férrer

Dá volta no eixo
tempo ajusta a lembrança
mortos salvam o que resta

(*) De um afilhado na Confraria Poetrix, estudante da Faculdade de Letras da USP